quarta-feira, agosto 05, 2015

Taquicardia

Esta taquicardia descompassada
Sem vida e alienada
Teima e reteima em bater
E por mais mal augurada
Vazia e amargurada
Leva ao abismo o meu ser

Vejo as linhas da vida assim converger
E na frequencia da Demencia
 vigora assim a cadencia
De uma vida de temer
E do respirar a ausencia
Do sentir a resistencia
E no culminar este sofrer

E a duvida neste peso...
mais um dia a respirar
E no horizonte despido
Vinculo nu e vencido
Que outrora sentiu suspirar.
E no fulgor outrora esculpido
Rege um bater incompreendido
Mais um dia a suspirar...

Rompe a pausa descompassada
Compulssiva e amargurada
E Entrega-se a um querer nao sentir
Estoico compasso descompassado
Que sem asas segue alado
Com medo de em si cair.

5/8/2015
Aline Filipe Nunes

sexta-feira, julho 23, 2010

Update de 23/7

Acordei cedo e olhei para o meu calendario. O tempo passa a correr. tanto se passou desde a ultima vez que escrevi...
Estou numa fase em que a escrita não flui portanto aceitei o facto e tentei-me dedicar a outras coisas, mais um dos meus planos no qual abraço mil e uma coisas que ficarao irremediavelmente por concluir.

Ainda assim, nem tudo são "mágoas" (se é que isso se pode chamar de magoa)!
- Tenho-me agarrado com afinco ao canto e tenho redescoberto o gozo que me dá (assim como a frustração volta e meia... :P bah, faz tudo parte da viagem!!!).
- Tirei a carta de condução...
- Desenho novos contornos para a minha vida
- Londres como passo mas Australia num Horizonte alcançavel (espero)!

Ou seja, ando meio perdida volta e meia mas diria que estou perto de encontrar um rumo.

Por vezes perco-me num reflexo, na ideia daquilo que nós imaginamos que seria a nossa vida... Dei por mim a vasculhar em textos antigos e encontrei um que se identifica de um modo demasiado perfeito àquilo que sinto por vezes...

Palhaça, actriz, dançarina,
Presa a um mundo de menina
É muda, mas canta e dança
E seus sonhos todos alcança.
Dir-se-ia fada de contos distantes
Por seu sorriso lembrar poesia
Porem foge ao meu alcançe
por a querer em demasia.
Tento fugir ao seu olhar,
Por temer me corromper
Porém sedeio devorar
Aquela inocencia por ceder.
Fujo entao dos olhares complexos
como demonio dos céus
Porém em minh'alma, hoje sem nexo,
Vivo um frio como o breu.
Até que então esta sorri
E a solidão nao tem fim
Quebro então o meu reflexo
E vislumbro aquilo que foram...
Pedaços de mim...

----- EN-----

I woke up early and looked at my calendar. Time is always on the run. so much has happened since the last time I wrote ...
I'm at a stage of my life where writing doesn't flow so I decided i would accepted the fact and try to devote myself to other things. However, this might be like another one of my genius plans which embraces a thousand of things that will be inevitably never complete.

Still, not all is "bad" (if i can call that bad)...
- I have been clinging hard to singing and I've rediscovered the joy that gives me
(As well as the frustration, now and then...: P bah, it is all part of the trip, isn't it? !!!).
- I took my driving's license ...
- I am designing new paths of my life
- First London, then Australia (in a near near future i hope)!

So, I'm sort of lost now and then but I would say I'm close to find some direction.

Sometimes I lose myself at the idea of a reflectio... the idea of, looking at the past and wondering how we thought our life would be... I found myself digging in old texts and I found that one that clearly identifies what I sometimes feel...

Clown, actress, dancer,
Trapped in little girl's world
She's mute, but she sings and dances
And all her dreams she reaches.
would say fairy of distant tales
For her smile reminds of poetry
Yet she elopes of my reach
for i want her so much.
I try to escape her gaze,
Fearing it could corrupt me
However I eager to devour
That innocence by yielding.
Then run away from the complex looks
as demon runs from the skies
But in my soul, today without no sense at all,
the winter remains .
So then she smiles
... Such a neverending loneliness ...
I break my reflection
And glimpse all that remained...
Pieces of me ...

terça-feira, junho 01, 2010

As palavras silencio,
Apago, rasgo, releio
O raciocinio desvio
porém pela melodia anseio.

E o medo de errar?
Temer o tempo que passou?
Fecho os olhos à falésia,
Vislumbro o meu mar
Encaro o que sou
E tal qual doce amnésia
Esqueço
e em mim é Primavera
E toda a amargura voou.

----------- EN -----------
I silence the words
Erase, tear and reread them
Diverting all reasoning
yet yearning for the melody...

And my fear of tripping?
Fearing the time has gone by?
I then close my eyes to the cliff
Behold my sea
and accept who i am
And just as sweet as amnesia
I Forget
and inside of me is spring once again
And all the bitterness flew away.


01.06.2010

quinta-feira, maio 13, 2010

Olá "Hoje!"

Já perdi as contas às vezes que abri este blog e acabei por não escrever nada. Talvez por me faltar palavras, ou mesmo por receio de, assim como por magia, o medo se tranformasse em palavras e eu me deparasse com alguem que nao conheco. Estes tempos aqui em Portugal, para além de mais longos do que o suposto, estã-se a tornar cada vez mais num desafio...

Tenho um emprego "faz de conta" e, provavelmente, deveria ir mais longe chamando a isto uma "vida" à la Neverland. Talvez se eu bater as palmas com força o suficiente a vida que vislumbrei para mim apareça como magia...
Talvez se eu mentir o suficiente eu consiga pensar que tudo melhorará. Pergunto-me: Estarei a fugir de um erro fazendo outro?

Australia... Que saudades do tempo em que sonhava com algo que SABIA que ia acontecer. Que saudades daquele sentimento de pertença, de sentir que faço parte de algo... Que saudades de mim...

Mas nem tudo são más noticias: este tempo aqui em Portugal fez-me entender que eu amo a minha profissão e que quero melhorar cada vez mais e tornar-me mais activa na sociedade. De certa forma sinto que me encontrei. Posso considerar isto uma vitoria pessoal.

Ao mesmo tempo, a niveis musicais, sinto que deixei a fase de estagnação e que posso estar a chegar a algum lado. Porém, desconheço se chegarei a algum porto...

Porém sinto faltar algo... falto eu.

--------------EN -----------------------

Hello "Today"!
I lost the count of how many times i opened this blog and ended up by writing nothing.
Maybe because i missed the words or probably afraid of by magic, my fear would b be transformed into words and i would stumbled down before someone i don't know.

These times in Portugal, besides longer that i would at first assume, is becoming quite of a challenge.

I have a "make belive" job and i should probably go further calling this a "life à la Neverland. Maybe if i clap my hands strong enough can take a glimpse of the life i once idealized for me.
Maybe if i'd lie enough i could actually end up feeling a bit better. So i ask myself: Am i running away from a mistake by making another?

Australia... How i miss those times where i dreamt about something that i KNEW was about to happen. How i miss those feelings of belonging, like i'm part of something.
how i miss that ME.

But not all are bad news: while in Portugal, i came to realize that i love my job as a Physiotherapist and i want to improve and become more active in society. Somehow in this field, i feel like I've found myself. Well, i can always consider this as a personal victory.

At the same time, in music, i feel like i'm no longer stuck and i might be getting somewhere. Just don't know where...

But i feel something's missing... Like i'm missing.

segunda-feira, abril 19, 2010

Procuro uma voz que oiça no silencio que grito...
Uma mão que acaricie nesta pele que não sente...
Procuro-me no meio da dúvida...

Passo a passo,
sonho a sonho,
sinto o vácuo a crescer,
a imensidão a perecer
e este grito que contenho
esculpe a máscara que mantenho

e, por hoje, entrego-me a esquecer...

-------EN---------------
Looking for a voice in this silence where i scream,
Looking for a hand that caress this skin that does not feel anymore...
Searching for myself in the middle of the doubt ...

Step by step
Dream by dream
I feel the void growing,
the wilderness perishing
and this cry that I restrain
sculpts this mask I maintain

and for today, I deliver myself to forget...